A Sociedade Civil depois do Dilúvio Neoliberal
Alunas: VANIA VANZELLA DOS SANTOS
03.05.2014
Texto: A Sociedade Civil depois do Dilúvio Neoliberal, autor Atílio Borón.
A incompleta e precária democratização dos regimes políticos latinoamericanos veio acompanhada de uma reabertura do debate sobre o significado atual da democracia. Em seus quase dois séculos de vida independente não se conheceu uma única revolução burguesa que tivesse como resultado a instauração de um regime democrático estável. Houve algumas revoluções burguesas: México em 1910-1917, Guatemala em 1944,
Bolívia em 1952 e no Brasil à partir de 1964. Nenhuma delas conseguiu estabelecer um regime democrático: sua preocupação foi consolidar o funcionamento do modo de produção capitalista, e não introduzir uma democracia burguesa. Sua meta era o capitalismo e não a democracia. O molde autoritário do capitalismo latino-americano tem raízes profundas que tem origem do nosso passado colonial.
Nos anos 80, a América Latina parecia disposta a tentar organizar sua vida pública. Pois desde meados dos anos 70, o impulso democrático começou a ser sentido com muita força. Muitas nações se entregaram à empresa de transformar seu regime político segundo as regras do jogo democrático.
Alguns teóricos da época viam os acontecimentos como sendo a manifestação de um tipo de “terceira onda democrática”. Um segmento importante da esquerda latino-americana aderiu a uma concepção otimista e “facilista” da democracia, conforme os dois supostos: a) o caráter supostamente linear e irreversível dos progressos democráticos; b) a crença, teoricamente errônea de que a democracia é um projeto que se esgota apenas na “normalização” das instituições políticas. Convém tomar nota das implicações teóricas e políticoideológicas, que reduzem a democracia a uma questão de método, completamente dissociado dos fins, dos valores e dos interesses que animam a luta. Nestas, a democracia é tanto um