A SINA DE UM PAI
Tempo aproximado: 20 a 30 minutos
MÃE: (No palco, o Pai idoso. A mãe entra e o abraça) Feliz dia dos pais.
PAI: Obrigado, querida. Na realidade eu não estou tão feliz. Eu estava refletindo quando os nossos filhos eram pequenos, como era bonito esse tempo. Os 5 filhos, assim como 5 dedos de uma mão. Cada dedo diferente um do outro. Assim também são os nossos filhos, diferentes um do outro. Deram problemas diferentes, cada um tinha atitudes diferentes, e cada um seguiu uma profissão diferente.
MÃE: Isso é verdade! Mas eles não são como eu gostaria que fossem: amorosos, felizes e compreensíveis.
PAI: Eu também já pensei nisso. Será que um deles vai vir nos visitar hoje? Passa um ano, passa outro e sempre a mesma coisa. Nenhum deles se lembra que é o dia dos pais. Como eu me sentiria bem se eles viessem. Eu poderia receber um abraço deles. Será que esse ano vai ser de novo assim?
MÃE: Talvez venha alguém!
PAI: Estas atitudes me deixam triste e pensativos. Onde será que falhamos na educação dos nossos filhos?
MÃE: Meu velho, não se incomode. Eu o posso explicar. Eu já previ isto. Conforme os meninos foram crescendo, eu fui lutando para que fossem diferentes, mas você era o herói deles. Todos queriam ser iguais ao pai. Pai pra cá! Pai pra lá! Palavras convencem, mas exemplos arrastam. Você se dedicou a vida toda só para o trabalho, para dar tudo e fazer tudo por nossos filhos. Lembra quando, aos domingos, eu o convidava para irmos no culto? Você mandava eu e os filhos, mas você não tinha tempo para ir conosco na igreja. Tinha que plantar ou colher, ajuntar dinheiro para fazer dos seus filhos grandes doutores. Eu bem me lembro quanto ao Paulinho, o nosso filho mais velho. Você dedicou um pouco do seu tempo para contar-lhe histórias, cantava para ele dormir. Com os outros era bem diferente. Você voltava do serviço cansado, tarde da noite, reclamava se eles não estavam