A Riqueza das Nações - Capítulo 3
Quando um mercado é muito reduzido, não se consegue permutar todo seu excedente pela parcela de trabalho do qual se tem necessidade, como é o poder de troca que leva à divisão do trabalho, a extensão da divisão deve ser limitada pela extensão do poder. Na Escócia as famílias devem aprender um grande número de ofícios, cada uma deve ser seu próprio açougueiro, pedreiro e fabricante de cerveja, bem como no campo em que um carpinteiro faz todos os trabalhos com madeira e um ferreiro todos os trabalhos com ferro. E tem também aqueles ofícios que nem são úteis para todos os mercados, numa aldeia não há trabalho suficiente para um entregador; na Alta Escócia não se tem como vender 1000 pregos, a produção de um dia de trabalho de um operário.
Um transporte fluvial ou marítimo abre um mercado mais vasto. Seis ou oito homens por transporte aquático podem transportar (ida e volta) duzentas toneladas de mercadoria em seis semanas de Londres a Edimburgo, o mesmo tempo que cinquenta carroças com cem homens e quatrocentos cavalos transportam a mesma quantidade entre Londres e Leith. Por navio são menos pessoas, mas tem o risco maior, também há o seguro, e quando a mercadoria comporta o transporte terrestre, há o risco de passar por cidades em estado de barbárie, tudo isso deve ser pensado. Enquanto ocorre um grande desenvolvimento mercadológico na região de costa marítima não há mercado para a maior parte das mercadorias do interior do país, portanto a extensão do seu mercado deve ser proporcional ao consumo da região e, consequentemente, seu aprimoramento virá após o aprimoramento da região costeira.
As primeiras nações civilizadas foram as localizadas ao redor do Mediterrâneo, não tem marés, poucas ondas, tem muitas ilhas e está próximo a muitas praias, tudo muito favorável aos fenícios e cartagineses, os mais hábeis navegadores e construtores do mundo antigo. Dentre os países na costa do Mediterrâneo, o Egito