A Riqueza das Nações - Capítulo 4

321 palavras 2 páginas
A Origem e o uso do dinheiro

Uma vez que há a divisão do trabalho, cada um pode permutar seu excedente pelo excedente de outrem, não precisando produzir todo tipo de coisas das quais precisa, todo homem passa a ser, de certa forma, comerciante, transformando uma sociedade em sociedade comercial. Quando uma pessoa não tem aquilo da qual a outra precisa mesmo que precise do que essa outra tem para trocar, não há como haver troca, a não ser que faça o que toda pessoa prudente faz desde a divisão de trabalho: ter além do produto de seu próprio trabalho uma quantidade de alguma(s) outra(s) mercadoria(s) que entende que poucos se recusariam a trocar pelo seu próprio trabalho. Muito foi usado como moeda - gado, concha, sal, bacalhau seco, fumo, açúcar, couro, prego. Mas as pessoas de todos os países foram levadas a preferir o metal como instrumento de troca, por diversos motivos, os principais são que pode ser conservado sem perder valor e pode ser dividido em qualquer número de partes sem perda. Diversos metais foram utilizados, ferro, cobre, ouro, prata, os dois últimos por todas as nações ricas e comerciantes. Quando se trata de metais preciosos, precisa-se de trabalho para pesar e verificar a autenticidade dos metais, antes usava-se barras de metais sem gravação, mas para facilitar o comércio e evitar o desgaste de ter de verificar a autenticidade, a composição, o peso e tudo mais, necessário foi gravar oficialmente quantidades de metal que eram comumente utilizadas para troca, daí nasceram as instituições de moeda, garantindo o quilate e o peso do metal. Com o passar do tempo o Estados e os príncipes tratavam de reduzir a quantidade real de metal que realmente continham as moedas, dessa forma parece que eles conseguiram quitar suas dívidas, e assim também, as pessoas de dentro do país quitar suas dívidas com as moedas novas, causando desperdício aos credores.

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