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“A mão invisível do mercado” foi uma analogia empregada por Adam Smith para explicar como, numa economia concorrencial, a busca pelo interesse individual pode resultar em melhoria do bem comum. Segundo o pensador escocês, há um mecanismo natural no mercado que distribui socialmente, de alguma maneira, os ganhos individuais. Este pensamento de Smith foi muito criticado ao longo do tempo. Muitos o consideraram como uma justificativa para o comportamento egoísta dos agentes econômicos, eximindo-os de responsabilidade pelos enormes problemas sociais, sobretudo nos períodos iniciais da Revolução Industrial. Os liberais mais radicais, por outro lado, sempre se utilizaram da analogia de Smith para reforçar a defesa do livre mercado e do modelo de Estado Mínimo. Para eles, a mão invisível do mercado resolveria todos os problemas da economia e o mundo seria muito mais justo se o Estado fosse reduzido a um mero garantidor da ordem e da justiça. Quem conhece um pouco da obra de Adam Smith sabe muito bem que ele nunca foi defensor do modelo de Estado Mínimo e nem era ingênuo em relação ao comportamento egoísta da maioria do empresariado. Vejamos alguns trechos extraídos dos livros A Riqueza das Nações e A Teoria dos Sentimentos Morais:
- “As pessoas de um ramo de comércio raramente se encontram para se divertirem juntas, mas a razão do encontro é conspirar contra o consumidor, e em algumas ocasiões para aumentar os preços” (A Riqueza das Nações, Livro IV, Capítulo VIII, parágrafo 27).
- “A grande multiplicação da produção de todos os ofícios, em conseqüência da divisão do trabalho, é que gera, numa sociedade bem governada, a riqueza que é estendida para os níveis mais pobres da população”. (A Riqueza das Nações, Livro I, Capítulo I, parágrafo 10).
- “O que melhora as circunstâncias da maioria nunca pode ser visto como inconveniência para o todo. Nenhuma sociedade pode ser florescente e feliz, se a maioria de seus membros é pobre e