A revolução da prensa
A REVOLUÇÃO DA PRENSA GRÁFICA27
Os acadêmicos ou qualquer pessoa em geral à procura de conhecimento tinham outros problemas. Olhemos desse ponto de vista a tão propalada "explo-são" de informação — metáfora imprópria reminiscente da pólvora — que se seguiu à invenção dos impressos. As questões mais graves eram as de recuperação de informação e, ligada a isso, a seleção e crítica de livros e autores. Havia necessi-dade de novos métodos de administração de informação, assim como hoje em dia, nos primeiros tempos da Internet.
No início da Idade Média, o problema havia sido a falta de livros, a escassez. No século XVI, foi o oposto. Um escritor italiano queixou-se em 1550 de que havia "tantos livros que não temos nem tempo de ler os títulos". Os volumes eram uma floresta em que os leitores podiam se perder, de acordo com o reformador João Calvino (1509-64). Era um oceano no qual os leitores tinham de navegar, ou uma enchente de material impresso em que era difícil não se afogar.
Com a multiplicação dos livros, as bibliotecas tiveram de ser ampliadas, ficou mais difícil encontrar um livro nas prateleiras, e os catálogos se tornaram cada vez mais necessários. Os compiladores de catálogos deviam decidir se classi-ficavam a informação por assunto ou ordem alfabética de autores. A partir do meio do século XVI, bibliografias impressas ofereciam informação sobre o que havia sido escrito, mas como as compilações cresceram em tamanho, tornaram-se cada vez mais necessárias as listagens por assunto.
Os bibliotecários também enfrentaram o problema de manter os