A retórica capitalista
ESPÍRITO DE OMERTÁ RODRIGO DE CAMARGO CAVALCANTI1 RESUMO
A discussão que aqui se traz acaba por permear a esfera de contato entre poder público e poder privado e como se relacionam em face dos diversos interesses correlatos mediante a produção de discursos cujo afloramento do sentido ético tem-se colocado em último plano. Faz-se uma abordagem que provoca a pensar sobre a relação do direito jushumanista e antropofilíaco, trazido à tona pelo Capitalismo
Humanista, com os reais fundamentos de uma retórica leniente com o crime organizado e também promotora da extrema direita, esta em preocupante expansão atualmente no continente europeu. Nos utilizamos, para tanto, de dois conceitos: o da retórica patética, vinculada ao pathos, e o do espírito de omertá, ou seja, da chamada “lei do silêncio” originada das máfias italianas. Discutimos, assim, como ambos se vinculam e terminam por deixar por debaixo dos panos as reais problemáticas mantenedoras de uma estrutura corrupta e burocratizada, ensejadoras de cada vez maiores injustiças sociais, e como podem auxiliar no crescimento de preconceitos e discriminações já deixadas para trás desde a segunda guerra mundial. Palavras-chave: Capitalismo Humanista; retórica; ética; omertá; extrema direita. ABSTRACT
The discussion we bring here ends up permeating the sphere of contact between government and private power, and how they relate to various intertwined interests through the speech production form which the ethics outcrop has been placed in last. It is an approach that incites one to think about the relationship of jushumanistic and anthropofiliac law, brought to light by the Humanistic Capitalism, with the true fundamentals of a rhetoric that is lenient towards the organized crime and that promotes the extreme right, this one currently in a worrying expansion in continental Europe. We use, for this purpose, two concepts: