A República
Sócrates inicia o livro VI afirmando que os filósofos deveriam ser os governantes já que são “filósofos os capazes de chegar àquilo que, do mesmo ponto de vista, é sempre o mesmo”. E sendo assim, são os capazes de salvaguardar as leis e as instituições da cidade.
A natureza destes homens é ter um amor pela ciência (pela verdade) que revela a essência do que é realmente e que não se corrompe. Eles recusam a mentira e sentem ódio por ela – “quem realmente ama a ciência tem qualidades naturais para a busca do ser e não fica na multiplicidade daquilo que parece ser, mas avança na busca, não perde a garra, nem desiste de seu amor, antes de atingir a natureza de cada coisa...”.
Ao falar sobre a alma filosófica, Sócrates afirma que ela é mansa e justa desde a infância, tem facilidade para aprender e é capaz de reter conhecimento.
Ao resumir as qualidades do filósofo, temos: “...dotado de boa memória, de facilidade para aprender, de magnanimidade, de graça, e .... (tendo) afinidade e parentesco com a verdade, a justiça, a coragem e a temperança”.
Após definir as qualidades, Sócrates lança a pergunta: por que a maioria é de homens maus? Para responder a essa pergunta devemos observar a corrupção da natureza do filósofo. O estranho é que cada uma das qualidades naturais destrói a alma que as possue. Tudo o que é considerado bom afasta a alma da filosofia: beleza, riqueza, parentesco, força física. Ora, uma alma medíocre não é capaz de grandes feitos, mas uma alma vigorosa corrompida por uma educação excepcionalmente ruim será capaz das piores injustiças.
Um ponto interessante é o modo com o governante seria escolhido: segundo Sócrates, todo aquele que precisa ser governado deveria ir às portas do governante e não o governante pedir aos governados que os deixe governar, uma