A RELIGIÃO NOS LIMITES DA SIMPLES RAZÃO -RECENSÃO-
-RECENSÃO-
KANT, Immanuel. A religião nos limites da simples razão. Tradução de Ciro Mioranza. São Paulo: Escala Educacional, 2006.
Immanuel Kant, filósofo nascido no dia 22 de abril de 1724, em Königsberg, na Prússia, filho de um artesão, doutorado em filosofia em 1755 pela Universidade de Königsberg, sendo um autêntico representante da filosofia no século XVIII e grande defensor do papel da razão no progresso do homem, falecido no dia 12 de fevereiro de 1804, escreve, em 1793, pretendendo difundir ideias para o público, um ano após a publicação da Crítica de toda revelação, de seu seguidor Fichte, e após muita repreensão por consequência de seus escritos filosóficos sobre a religião, a obra: A religião nos limites da simples razão, na qual, empreendendo considerável dificuldade, discutindo as relações entre a filosofia e a religião, tenta situar o pensamento religioso e o sentimento de religiosidade no âmbito da racionalidade humana. Ela pretende demonstrar os meios racionais que causam a percepção da divindade, descartando, contudo, as intervenções diretas de Deus e as hipóteses ligadas à revelação divina.
A obra se estrutura sistematicamente e está dividida em quatro partes de mesma extensão cada. Nos prefácios, destinados à primeira e à segunda edição, o autor solicita ao teólogo bíblico que dê ouvidos ao filósofo, compreendendo o que o mesmo tem a dizer, para poder concordar com ele ou refutá-lo, pois, para Kant, quem mantém o silêncio ou o desacredita como ímpio é um expediente funesto e sem consistência.
O livro empreende uma discussão sobre a natureza moral do homem desde a sua origem. Kant define a religião como o conhecimento dos deveres do ser humano como mandamentos divinos, isto é, o dogma cristão tem uma origem moral, e a palavra de Deus é interpretada como uma personificação do bem moral. A religião é, neste sentido, reduzida à moral: no campo teológico, a moral cristã, fundada na autoridade