MÍSTICA HENRIQUE VAZ
Mística e Filosofia Ocidental
Recensão do Livro
Experiência Mística e Filosofia na Tradição
Ocidental, de Henrique C. de Lima Vaz
(São Paulo: Loyo/a, 2000, 90 p.)
Este estudo sobre mística se insere dentro da tradição ociden
(ai greco-cristã, mas reconhece a existência e a riqueza de outras tradições místicas, especialmente a hindu, a judaica, e a islâmica. Experiência Mística e Filosofia na Tradição Ociden tal consta de ensaios, em parte publicados anteriormente, em bora com outros títulos, e foi apresentado em um Seminário sobre Mística e Política promovido pelo !BRADES e pelo Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ (Rio de Janeiro, outubro de
1992).
O livro usa o método histórico-sistemático e oferece uma clarificação conceptual que tenta resgatar a natureza da au têntica experiência mística. O autor se baseia nas pesquisas de
Bergson e de Maritain, e discorda das propostas da captação política da mística, originadas no século XIX e que marcaram
o século XX, com cruéis e devastadores efeitos sobre a civiliza ção humana. (P. 12/ 16). Para Bergson, a mística exprime a alma profunda de uma civilização. Ele reconhece que a mística é uma fonte inesgotável das mais altas aspirações éticas e reli giosas que uma civilização pode alcançar. Já Maritain excluía do terreno dos fenômenos da experiência mística toda uma série de fenômenos extraordinários ou anormais, espontâneos ou induzidos.
O objetivo do autor é o de criticar a deterioração se mântica que teve por efeito a banalização do termo "mística".
O autor define com rigor o que vem a ser a mística, evitando, desse modo, que a palavra venha a ser esvaziada do caráter científico e de ~/sua nobre significação original" para a filoso fia e para a antropologia filosófica. (P. 9).
Vaz relembra que, originalmente, a experiência mística se desenrolava num contexto religioso-filosófico (Plotino), num plano transracional, e tinha muito pouco a ver com o teor fanático e