Português 12º Ano
Fernando Pessoa Fernando Pessoa é não apenas o autor de uma obra múltipla e plurifacetada, mas, principalmente o criador de uma “pequena humanidade”, constituída por figuras “exatamente humana” com personalidade própria, como são Alberto Caeiro, Ricardo Reis ou Álvaro de Campos. A sua criação literária reflete o “drama-em-gente” como o próprio sublinhou, ou, se quisermos, “dramas em alma” com cada personalidade a ter temperamento, consciência, ideias e sentimentos diversos do seu executor. Sem pôr de parte alguma continuidade do lirismo tradicional português, Fernando Pessoa abre caminho ao modernismo, quer através deste fenómeno da heteronímia, quer graças às diversas experiências e conceções estéticas. No ortónimo há poemas mais tradicionais com influência da lírica de Garrett ou do sebastianismo e do saudosismo; mas a maior parte abre caminho a experimentações modernistas com a procura da intelectualização das sensações e dos sentimentos. A poesia ortonímica apresenta suavidade rítmica e musical, em versos geralmente curtos. Na poesia pessoana, é constante, também, o conflito entre o pensar e o sentir, que em boa parte revela a dificuldade em conciliar o que idealiza com o que consegue realizar, com a sequente frustração que a consciência de tudo isto implica. Revela-se aí um drama de personalidade que o leva à dispersão, em relação ao real e a si mesmo. A voz do poeta fingidor é a voz do poeta da modernidade, despersonalizado, que tenta encontrar a unidade entre a experiência sensível e a inteligência e, assim, atingir a finalidade da Arte, aumentando a autoconsciência humana.
Ortónimo (personalidade ativa):
Temas:
O fingimento artístico: a arte surge da intelectualização (memória) de uma realidade; confundir o ato artístico com uma mentira e um fingimento; “fingir é conhecer-se”; apenas se consegue transmitir com sinceridade o “fingimento” conseguido através da imaginação;
A dor de pensar: condenado à realidade por ser lúcido e