John rawls: uma noção de justiça
Adriano Olinto Meirelles
I – INTRODUÇÃO
John Rawls trouxe ânimo à Filosofia Política e aqui abordamos a sua noção de justiça com base na sua obra, Uma Teoria da Justiça, publicada em 1971. falecido aos 81 anos, em 2002, é tido como o principal teórico da democracia liberal contemporânea. Pouco antes de Rawls, o debate que rompe o “longo silêncio” da filosofia política analítica é um debate entre utilitaristas e intuicionistas. No prefácio à edição brasileira, Rawls enuncia como objetivo principal desta: formular uma concepção da justiça que fornece uma alternativa razoavelmente sistemática ou utilitarismo, que, de uma forma ou de outra, dominou por um longo tempo a tradição Anglo-Saxã do pensamento político. A razão principal para buscar essa alternativa é, no meu modo de pensar, a fragilidade da doutrina utilitarista como fundamento das instituições da democracia constitucional (RAWLS, 2002, P. XIV). Uma teoria da justiça como equidade de John Rawls foi proposta originalmente no âmbito de uma sociedade liberal democrática ocidental bem-ordenada. Rawls expõe a sua teoria da justiça, que consiste em defender a justiça como equidade como a concepção mais adequada de justiça para uma democracia constitucional ( RAWLS, 2002, p XIII). O que estudamos na obra A Theory of Justice? Esta divide-se em três partes, a primeira parte tem como epigrafe Theory, a segunda Institutions e a terceira Ends. Na primeira parte Rawls defende as idéias principais a desenvolver ao longo da obra, na segunda a necessidade de uma democracia constitucional como pano de fundo para a aplicação das idéias referidas na primeira, e na terceira é nos descrito o estabelecimento da relação entre a teoria da justiça e os valores da sociedade e o bem comum. Neste artigo não procederemos nem a uma recensão de Uma Teoria da Justiça, nem, muito menos, a um estudo extensivo do pensamento de Rawls associado