A Religião e o Homem A meu ver, e olhando muito para trás no tempo, analisando o percurso da Humanidade, vejo a religião, a procura do sagrado, motivar muitos homens e mulheres à devoção e sobre ela construir a sua vida e projectar esperanças. De um modo geral, e porque a História é reveladora disso, a Humanidade desde o seu berço se mostrou disposta para a busca do sagrado envolvendo-se na construção e reconstrução da religião. Adorar algo ou alguém para além de si e da sua limitada natureza que possa aplacar os seus medos, satisfazer os desejos mais profundos e dirigir os passos, tem resistido ao tempo. Olhar para si e valorizar-se como indivíduo numa certa medida, também revela a necessidade de ultrapassar o que o limita, pois de certa forma há que colmatar esse vazio… Parece-me ser uma necessidade inerente à natureza humana. A procura pelo sagrado parece ser mais do que pura e simplesmente preencher o vazio que sempre existirá do conhecimento das coisas. Talvez seja tentar satisfazer a sua alma e o seu lado espiritual. A História não se apaga nem pode apagar esta busca manifestada de várias formas e não creio que o futuro seja diferente. No presente é bem visível que as religiões não morreram e que cada vez mais elas “nascem como cogumelos”, nas palavras do antropólogo das religiões António Carmo. A ciência, instrumento precioso e fundamental para o conhecimento avanço do mundo que felizmente emergiu na História, não conseguiu abafar o transcendente e até muito pelo contrário. Ao encontrar as palavras de Pasteur: “Um pouco de ciência nos afasta de Deus, mas muito nos aproxima”, continuo a não conseguir esquecer o toque que esta realidade sempre imprimiu ao longo da história.
Escrito por: Francisco Gustavo V. N. e João Gabriel O. B.