A Relação entre a Globalização, Diversidade, Cultura e Direitos Humanos
Relacionar globalização, diversidade, cultura e direitos humanos pressupõe uma discussão sobre o multiculturalismo, tendo em vista que este fenômeno nasce da convergência de todas estas questões em um dado momento histórico.
A definição do momento em que se deu o surgimento da ideia de multiculturalismo é tema controverso, pois este termo pode abrigar diferentes concepções. Parte dos estudiosos condicionam a origem do multiculturalismo à globalização e parte deles entende que o fenômeno da globalização fez surgir não o conceito de multiculturalismo, mas uma maior preocupação em preservar as diferentes culturas que se viam ameaças em um mundo globalizado.
O multiculturalismo como diversidade de culturas sempre existiu e não é característica do mundo moderno. Desde as grandes navegações, com o avanço do colonialismo e busca pelo capital, já se via o contato entre diferentes culturas e o surgimento das minorias e grupos étnicos marginalizados, por exemplo, com a escravidão. Porém, o multiculturalismo como movimento social, indiscutivelmente, só ganha espaço quando começa a se debater as relações intergrupais e os direitos das minorias. Estes temas somente emergem ao fim da Segunda Guerra Mundial, quando se inicia a discussão sobre os direitos humanos de 3ª geração. Após a segunda grande guerra as pessoas passaram a questionar se os direitos civis e políticos de primeira geração e os econômicos, sociais e culturais de segunda geração eram suficientemente eficazes, diante das atrocidades que foram vistas neste período. Através deste questionamento, apurou-se a necessidade da proteção dos grupos humanos e não só do homem como indivíduo singular, surgindo, com isso, os direitos de titularidade coletiva ou difusa.
O multiculturalismo emerge como uma “estratégia política de reconhecimento e representação da diversidade cultural, que não pode ser concebido dissociado do contexto das lutas