A relação dos gays com a moda: análise de consumo e adoção
INTRODUÇÃO
A opção, ou condição sexual de um homem sempre foi um tabu para a sociedade. Porém, Mota (2009) afirma que revoluções, como a feminista, da década de 60; o movimento político e cultural nos anos 70; o impacto da epidemia de HIV/Aids nos anos 80; e o movimento LGBTS com a Paradas Gays, que expõe publicamente a luta por direitos sociais e civis, possibilitaram melhor aceitação social e visibilidade de um estilo de vida gay. Hoje, segundo dados do Mosaico Brasil, pesquisa que identifica o número de gays, lésbicas e bissexuais nas capitais brasileiras, a média de homens gays em 2008 era de 10,4%.
Diante dos números percebe-se que esse grupo é um segmento que merece atenção nas pesquisas de consumo. Tanto para saber dos seus anseios, quanto seus hábitos e dificuldades.
Até pouco tempo, moda para homens era feita apenas pelos alfaiates. Era limitado o número de peças, não havia dinamismo, e o que tornava uma peça boa era sua qualidade, seus aspectos funcionais. Não havia apelo simbólico, ou estético. Os gays tinham de se adaptar a esse molde. Porém, como já mencionado, com a conquista de espaço na sociedade, passaram a exigir que sua indumentária estivesse condizente ao seu estilo de vida. Os homosexuais precisavam se expressar, sem precisar vestir-se de mulher. Comunicar sua condição, não só de gays, mas de apreciadores de arte, moda, seu bom gosto pelo qual são tão conhecidos. Passar de criadores moda para mulheres, para consumidores de moda, no sentido literal, masculina.
Este estudo pretende avaliar os hábitos de consumo de moda de uma geração de homosexuais que já chegou ao mundo consumidor após a revolução cultural. Que já dispunham de opções de consumo deixada por uma geração que lutou para conquistar esse espaço no mercado. Como eles se comportam diante de uma oferta de produtos, numa época que o estigma de gay já é uma coisa, em termos, superada?
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Lipovetsky