A relação do poder com a produção de “verdades” dentro da sociedade de controle
Para pensarmos a elaboração dos saberes e “verdades” dentro da sociedade contemporânea, é imprescindível situar essa problemática relacionalmente aos mecanismos de poder que estão por de trás desses discursos, pois a verdade é sempre produto de várias coerções causadoras de efeitos regulamentados pelo poder. Então, para fazer essa relação dentro do contexto da sociedade de controle, será realizado um diálogo com uma parcela do referencial produzido por Michel Foucault e posteriormente com Gilles Deleuze que retoma e atualiza o pensamento de Foucault. Cabe ressaltar que as categorias que serão discutidas foram retiradas da reflexão teórica desses autores. Ao discorrer sobre essa abordagem é pertinente realçar antes de tudo, que Foucault analisa o poder como uma prática social, que se constitui e se articula historicamente com a estrutura econômica vigente. Nesse sentido, há um deslocamento do mesmo dentro do contexto que essas relações de poder vão se configurando, e também no que diz respeito ao nível que este se efetua, por isso, o autor verificou historicamente o desdobramento dessas relações referente ao regime adotado em cada época na sociedade. Segundo a sua categorização, em um primeiro momento podemos identificar a sociedade de soberania, em que, o rei exercia o poder por meio de uma vigilância externa e geral; a sociedade disciplinar, o comando passa para as instituições, que se tornam os dispositivos responsáveis pela regulamentação das normas de controle; e por último a sociedade de controle, cujo domínio passa a gerir todo o tecido social e não mais o individuo particularizado, na medida em que, a vigilância se torna rarefeita e virtual.
O que se tem em comum em todas essas configurações, é que elas almejam de alguma forma administrar padrões