Resenha filme o nome da rosa
O NOME DA ROSA (livro de Umberto Eco)
A primeira metade do filme ambienta a trama, contextualizando a base teológica dos monges e freis, e suas respectivas consequências nos discursos e na forma de encarar a vida e de produção de argumentação. Esta passagem fica clara quando da discussão entre o monge cego e Willian de
Bakersville, sobre a natureza divina ou demoníaca do riso.
Além disso, deixa claro o pensamento médio dos monges escribas sobre os escritos clássicos, no caso filosóficos, e sua repugnância sobre os mesmos, pois estes nada trariam de bom, do ponto de vista do espírito, e, portanto, considerados inúteis e perigosos. Por conta disso, o centro do mistério está na biblioteca, com seus livros, no caso um atribuído a Venâncio, que é embebido em arsênico, causando a morte a leitores desavisados, caso de três dos monges.
Fica clara também a sombra da perseguição inquisitória com fundamentos tão convenientes, quanto desprovidos de objetividade, em favor da ojeriza às ideias contrárias ou diferentes do catolicismo. Em nome dos dogmas católicos,este mosteiro, assim como alguns outros, são verdadeiros depósitos destes livros, contribuindo para o obscurantismo medievo, num esquema de retroalimentação da “inteligentsia” católica, em seu auge neste momento histórico, ainda sem a contraposição do ideário protestante. Existe uma clara contraposição desta teologia cega à racionalidade, quando o inquisidor e o Frei Franciscano dão respostas diferentes ao problema dos assassinatos de monges.
O filme é uma excelente fotografia da rasa discussão filosófica para que declinou o ocidente pós fim do Império Romano, com a subsequente ampliação de poderes seculares do catolicismo,
Com a oposição de valores como bem e mal, certo e errado, virtudes e defeitos, verdade e mentira, enfim...sob a manta da hipocrisia e frenesi coletivo causado pelo medo da fogueira e das torturas, o raciocínio cede lugar à afetação despropositada, para o