A reforma calvinista
João Calvino (1509-1564), é natural do norte França. Recebeu, na Universidade de paris, uma formação humanística, onde também conheceu as ideias reformadas. Então, foi enviado para Orleans, onde estudou advocacia. Enquanto Lutero recebeu formação em filosofia e teologia, e foi a voz profética da reforma, a formação universitária de Calvino qualificou-o para ser o grande organizador do movimento. Lutero enfatizava a pregação das Escrituras, enquanto Calvino preocupava-se em formular o sistema teológico. Lutero rejeitava somente o que a Bíblia não aprova. Calvino rejeitava tudo o que não pudesse ser provado pela Bíblia. Ele pode ser considerado o líder da segunda geração de reformadores.
Por colaborar na edição dum documento recheado de humanismo e reforma, em 1534, foi forçado a abandonar a França e a refugiar-se em Basileia, na Suíça. Aí, aos 26 anos, terminou a sua grande obra "As Instituições da Religião Cristã". No início um pequeno livro de 516 páginas, foi enviado a Francisco I, da França, com a missão de defender os protestantes franceses que sofriam por sua fé. Esta edição era somente apologética concernente à fé cristã. Porém, nas várias edições, até 1559, sofreu acréscimos tornando-se uma obra teológica de quatro volumes com oitenta capítulos. Uma verdadeira obra-prima de teologia sistemática protestante.
A teologia de Calvino pode ser resumida num jogo mnemónico simples: TELIP.
Totalidade da depravação humana, em virtude da sua vontade estar totalmente corrompida devido ao pecado de Adão, sem nada poder fazer pessoalmente por sua salvação.
Eleição para a salvação, pela soberana vontade de Deus, incondicional e independente dos méritos humanos, havendo uma predestinação dupla, para a salvação e para a perdição.
Limitação da redenção na proposta de que a obra de Cristo na cruz é limitada aos eleitos para a salvação.
Irrestibilidade da graça em virtude da vontade de Deus independentemente da vontade do indivíduo. Pois o Espírito