Diálogo entre Trevor Hoper e Delumeau

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Alguns historiadores pensaram a Reforma Protestante com ligação direta com o capitalismo ascendente no final da Idade Média. Para Max Weber, os reformadores voltaram-se para a indústria e o comércio, explicada pelas doutrinas protestantes. Enquanto os católicos não haviam se portado dessa maneira. Para Marx, ao contrário, o Protestantismo seria“filho” do Capitalismo, sendo aquele necessário para o correto desenvolvimento deste.
Na concepção Calvinista, o homem é predestinado, ao nascer, a ir para o céu ou inferno. O que determinará o seu destino (não que ele seja mutável) é o seu sucesso profissional no fim de sua vida. Portanto, o lucro torna-se consequência do esforço, paixão pelo trabalho e capacidade profissional do homem, e (segundo essa mesma tese) sem finalidade de usufruir de prazeres materiais mundanos. “Quanto mais prosperem os negócios, tanto mais é certa a salvação” (DELUMEAU,J 1989,p.295). é que o capitalismo comercial surge desde o século XI e XII, e que na Itália dos séculos XIV e XV (país mais moderno da Europa da época) destacam-se famílias poderosas no ramo dos negócios, comércio e bancos, movidas pelo mais original espírito capitalista possível, mas nem por isso deixaram de ser católicos ou aderiram a nova fé, pelo contrário, a Itália era o país mais católico da Europa.
O que de fato Delumeau deixa claro, é que a Reforma já era desejada há muito tempo e foi resultado de um longo processo influenciado pelo Humanismo, individualismo, renovação da igreja, novas estruturas de organização da sociedade, nova teologia inaugurada pelo renascimento somado à sempre presente inquietação e ânsia pelas inevitáveis catástrofes apocalípticas que rondavam no imaginário da população. Sendo assim, a Reforma segundo Jean Delumeau, antes de tudo é uma revolução essencialmente religiosa e não econômica.
Como já foi dito, Calvino acreditava que cada cristão deveria exercer sua atividade na caridade. A partir do momento que a mentalidade

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