A questão dos determinantes dos salarios na teoria classica
SALÁRIOS NAS TEORIAS CLÁSSICA,
MARXISTA E NEOCLÁSSICA
As questões da formação e da evolução dos salários e da estrutura salarial são um tema indubitavelmente relevante da economia política. Constituem-se num objeto de análise que se encontra em uma posição muito particular para explicar a inter-relação dinâmica entre forças econômicas e fatores sócio-institucionais, ensejando discussões que costumam extrapolar o campo puramente econômico, ampliando-se para o social e o político.
Uma revisão da história da teoria dos salários conduz à evidência de que todas as escolas de pensamento econômico possuem sua própria interpretação sobie a natureza das leis de determinação dos salários, sendo que a nenhuma delas parece possível atribuir a formação de um corpo teórico que, isoladamente, desse conta, de uma maneira plenamente satisfatória, do problema.' O peso de suas contribuições ao tema é bastante distinto, e as controvérsias surgem devido às diferentes interpretações quanto aos determinantes dos salários e da sua distribuição.
Nesse sentido, observa-se que, historicamente, as questões que preocuparam oseconomistas e pensadores com relação à teoria dos salários não têm sido sempre as mesmas. Conforme argumenta Dunlop (1957, p.3-4), a teoria dos salários preponderante em um determinado período deve ser interpretada como um produto de vários fatores: a) a teoria econômica dominante na época; b) as instituições fixadoras de salários; c) o debate sobre as questões de política econômica; e d) o estágio de desenvolvimento econômico e seus efeitos sobre a evolução dos salários reais. Ainda
* Economista da EEE.
A autora agradece os comentários e sugestões do Professor Roberto Camps de Moraes à versão preliminar deste artigo. Os eventuais equívocos remanescentes são, obviamente, de exclusiva responsabilidade da autora.
A necessidade de elaborar as teorias de salários freqüentemente com elevados níveis de abstração do