Setor Público
A relação de causa e efeito: poupança x investimento
O texto a seguir apresentará de maneira breve o debate a respeito dos elementos que afetam o investimento e a poupança, analisando a relação de causa e efeito entre essas duas variáveis. Para Kalecki, Keynes e os clássicos os níveis de poupança e investimento são equivalentes quando considerada a totalidade do sistema. Apesar desse ponto pacífico, encontrar a variável que os determinam centraliza a discordância sobre o tema.
De acordo como autores da economia clássica, o nível de poupança vai definir a renda do sistema e essa por sua vez o nível de investimento. Em sua dissertação de mestrado o Professor Dirceu Grasel (1996) comenta:
"Um aumento no desejo de poupar a uma taxa de investimento constante reduz a demanda por bens de consumo, o que igualmente reduz a taxa de lucro deste setor, provocando uma diminuição no investimento, na renda e no deseja de poupar, restabelecendo-se novamente o equilíbrio entre poupança e investimento."
Com Kalecki e Keynes o efeito causalidade se altera: o investimento é visto como criador e não resultante da poupança. A poupança, mais uma vez, seria sempre igual ao investimento como acreditam os economistas ortodoxos. No entanto, as decisões de investimento e de poupança são tomadas independentemente uma da outra. A poupança estaria em função da renda do sistema e esta, por sua vez, do investimento. Keynes completa que a poupança é geralmente definida por fatores de ordem psicológica. A taxa de juros, por outro lado, é um fenômeno monetário definido em termos da preferência pela liquidez.
A importância da taxa de juros
Os economistas clássicos defendem que quem garante a equivalência entre investimento e poupança é a taxa de juros. Esse equilíbrio é dado através do mecanismo de mercado, isto é, pelo ajustamento entre a oferta e a demanda de recursos para investimento. Grasel (1996) tenta resumir essa afirmação da