A questão da imortalidade da alma em fédon de platão
A imortalidade da alma é abordada no diálogo Fédon de Platão acerca dos últimos momentos de vida de Sócrates.
No diálogo, Fédon, discípulo de Sócrates, descreve à Equécrates e seus discípulos os últimos momentos da vida do grande mestre, que agiu tranquilamente diante da morte e justificou esta serenidade por acreditar na imortalidade da alma, argumentando sobre a questão com os discípulos ali presente.
Para justificar a imortalidade da alma, na obra, Sócrates conta com três argumentos:
• No argumento dos contrários, Sócrates procura validar a crença órfico-pitagórica na metempsicose, provando-a de acordo com uma lei geral do universo, a derivação cíclica dos opostos por seus opostos (tudo se origina do seu contrário). Segundo Sócrates, é verdade que os vivos nascem dos mortos e que as almas continuam a existir em algum lugar, do qual retornam ciclicamente, assim como as várias analogias na natureza indicam esta verdade.
• No argumento da reminiscência, Sócrates esclarece que nosso saber não é precisamente outra coisa senão um aprendizado de tempos anteriores àquilo que recordamos no presente. Um exemplo disto é que adquirimos antes do nascimento o conhecimento do Belo em si, do Bom em si, do Justo em si, etc; isto não seria possível se a nossa alma não estivesse em algum lugar antes de voltar ao corpo. A reminiscência é um recordar, pois nosso saber nada mais é do que um conhecimento contemplado anteriormente.
• No argumento da teoria das formas ou ideias, Sócrates parte de um duplo postulado do senso comum, a distinção entre as coisas compostas e coisas simples, comparando-as ao corpo e a alma. As coisas compostas se decompõem em partes constitutivas e sempre está em mudança,assim como o corpo e, as coisas simples não se decompõem e é imutável, assim como a alma, conservam sempre sua natureza. Baseado neste argumento Sócrates afirma que a alma se assemelha com as ideias que são eternas e imutáveis,