A Questão Cidade Campo no Brasil
MODELO DE PROGRESSO NACIONAL
Cristina Souza
Não podemos negar que as interferências que fizeram o Brasil sair de um regime monárquico para uma república foram inúmeras, porém as mais fortes influências sofridas foram baseadas na ideologia positivista que ecoavam na Europa ocidental, na constituição norte-americana e no modelo de sociedade baseado no projeto de urbanização e industrialização de ambas. Porém, os usos destes discursos ficaram restritos a uma camada da população constituída de homens brancos maiores de 21 anos alfabetizados, ou seja, a grande minoria da população que poderia votar. Sendo assim, começou a se construir neste período a imagem de um país a caminho do progresso de acordo com o modelo econômico mais fortalecido na época, ou seja, o americano. Em meados dos anos 1900, a população brasileira se via excluída do processo civilizatório em que o país tentava se inserir. Na zona rural, o processo de exclusão se intensificava com o domínio da elite oligarca e dos coronéis, que subjugavam a população rural aos seus projetos e interesses políticos e econômicos.
Até a década de 1930 seria o período da iniciação de grandes mudanças no
Brasil com relação às questões tecnológicas que até então eram privilégio dos países
“desenvolvidos”. Neste período também a crise do setor agrícola no Brasil era evidente, pois as exportações de açúcar já estavam em declínio desde 1877 e as exportações do algodão brasileiro declinaram após a primeira guerra. Sendo assim, dependente da política internacional, o Brasil agrário passou por sérios abalos, eclodindo revoltas no campo reprimidas de forma violenta.
Este modelo ocorreu durante toda a república, e a forma de orientar as políticas públicas e o destino de atenção, estrutura e recursos para as áreas urbanas e rurais foram norteados pelo conceito de que o rural no Brasil é definido de maneira residual, ou seja, aquilo que está fora do