A prosopografia ou biografia coletiva: balanço e perspectivas.
CHARLIE, Cristophe. A prosopografia ou biografia coletiva: balanço e perspectivas. In: HEINZ, Flávio (Org.). Por outra história das elites. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006, p.41-53
A prosopografia ou biografia coletiva foi criada e realizada na história antiga e medieval, tendo grande desenvolvimento nos últimos 40 anos em história modrna e contemporânea. O princípio da prosopografia ou biografia coletiva é definir uma população mediante um ou vários critérios e a partir de então, organizar um questionário biográfico cujos critério e variáveis servirão para a descrição se sua dinâmica social, privada, pública, cultural, ideológica ou política a partir da população e do questionário em análise.
A paternidade da prosopografia é requerida pelos historiadores da antiguidade, por seus estudos prosopográficos com as elites.
No período medieval, a prosopografia cresceu com o tema do pessoal administrativo e a entourage dos soberanos dos principais Estados da Europa ocidental.
Na história contemporânea, os estudos iniciaram a partir da década de 1960 como mudança a interpretação dominante marxista na França, a partir dos estudos sobre as elites antes e depois da Revolução Francesa.
A caída associada aos métodos estatísticos globais e da influência intelectual do marxismo, que prioriza as classes sociais de grandes contingentes, e a atenção das sociedades mais individualistas, focadas na experiência do indivíduo e diversidade de caminhos sociais, aliadas ao desenvolvimento da microinformática favoreceu a prosopografia, que trata de forma aprofundada as pequenas coletividades representativas de um grupo. Tenta-se entender a evolução dos modelos de reprodução dominantes de um regime a outro, a distância dos mitos justificadores da ordem social e os mecanismos sociológicos.
Quase todos os grupos suscetíveis de serem biografados coletivamente encontraram seu biógrafo. Mas fora das elites, outros grupos sociais começaram a ver sua história social a partir