a primeira infancia
MARIA DE LURDES CRÓ
Professora Coordenadora com Agregação da Escola Superior de Educação de Coimbra, Coimbra, Portugal.
ANA MAFALDA PINHO
Educadora de Infância - Mestre em Ciências da Educação (Formação Pessoal e Social).
1.
Introdução
No panorama da educação da infância, a observação/avaliação do desenvolvimento psicológico
(pelo menos em Portugal) não tem merecido especial destaque, verificando-se o mesmo em relação à avaliação do desenvolvimento pessoal e social das crianças até aos três anos em contexto de creche. No entanto, diversos autores destacam a importância da avaliação em fases posteriores da vida e nos níveis de ensino seguintes (PINHO, 2009).
Embora seja de conhecimento comum que a criança até aos três anos adquire uma série de competências de impacto sólido para o desenvolvimento ulterior, não tem sido salientada a importância de que sejam acompanhadas, desde cedo, por educadores de infância. Frequentemente são substituídos por auxiliares de educação, sem formação. Ainda que os primeiros meses de vida sejam considerados como um período dedicado ao sono, à prestação de cuidados e ao choro, o educador tem uma noção clara de que se trata, também, de um período desenvolvimental extremamente rápido. Os bebés que aparentemente se limitam à inactividade encontram-se numa fase de permanente atenção, capazes de absorver tudo o que passa ao seu redor.
A creche, como lugar onde se dá a experiência da separação, a emergência da linguagem, a construção de relações afectivas, a promoção da autonomia, entre outras aquisições, é um contexto educativo extremamente fértil. Assim, como primeiro espaço público habitado pela criança, para ser promotora de socialização e auto-realização, tem que ser pensada com base nessas duas vertentes do que é educar uma criança. “Por isso, as experiências mais precoces da criança são cruciais para o seu desenvolvimento cerebral. A neurociência tem demonstrado