A Primavera dos Povos
Primavera dos Povos foi o nome dado a série de insurreições que abalaram as monarquias europeias em 1848. De caráter liberal democrático e nacionalista, foram iniciadas por membros da burguesia e da nobreza que exigiam governos constitucionais, e por trabalhadores e camponeses que se rebelaram contra os excessos e a difusão das práticas capitalistas. Esses movimentos revolucionários, assim como a primavera, não duraram, foram efêmeros. Porém foi um marco porque nunca havia tido uma revolução que se espalhasse tão ampla e rapidamente, como “fogo na palha” por sobre fronteiras, países e até oceanos (fazendo-se sentir com a Revolução Praieira na província de Pernambuco em 1848), sendo a primeira revolução potencialmente global. E algumas de suas consequências foram duradouras e indispensáveis para o decorrer da história, como o enfraquecimento da monarquia absoluta, o impulso dado aos ideais liberais, sociais e nacionalistas.
Antecedentes:
Em 1830, Luís Felipe fora colocado no trono da França, representando os ideais da burguesia e tendo por objetivo conciliar a Revolução com o Antigo Regime. Os burgueses assim acreditaram que seus interesse seriam amplamente representados, tanto que a idade de ouro da burguesia francesa se deu de 1830 a 1848, mas a aparência democrática do novo governo desapareceu progressivamente e o regime foi endurecendo a fim de reprimir a oposição republicana e o crescente mal-estar das classes operárias.
Nessa época, vários grupos políticos, como republicanos, socialistas e bonapartistas se reuniam e realizavam grandes banquetes durante os quais discutiam as reformas a serem empreendidas no país. Visando desintegrar o movimento, o rei Luís Felipe e o ministro Guizot resolveram lançar essas reuniões a ilegalidade e não ceder a qualquer reivindicação política. Fato esse que contribuiu para a eclosão da revolta.
Em 1846, uma crise econômica se alastrou pela Europa. As péssimas colheitas aumentaram os preços dos produtos