A primavera dos povos
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A história nos mostra que a burguesia sempre utilizou-se do resultado das revoluções para seus interesses.
Por Douglas Yamagata
Em seu livro “A Era do Capital”, Erik Hobsbawm inaugura sua obra descrevendo o que foi a “Primavera dos Povos”, revolução que abalou toda a Europa e o mundo em 1848. Nesta ocasião, o povo europeu cansado das opressões das monarquias e tiranos, lutou por repúblicas democráticas.
Hobsbawm diz que nunca houvera antes uma revolução “que tivesse se espalhado tão rápida e amplamente, se alastrando como fogo na palha por sobre fronteiras, países e mesmo oceanos”. Disse oceanos, pois “foi a primeira revolução potencialmente global, cuja influência direta pode ser detectada na insurreição de 1848 em Pernambuco e poucos anos depois na remota Colômbia”.
No entanto, Hobsbawn diz que “foi ao mesmo tempo a mais ampla e a menos bem sucedida deste tipo de revoluções. No breve período de seis meses de sua explosão, sua derrota universal era seguramente previsível; dezoito meses depois, todos os regimes que derrubara foram restaurados...”
Hobsbawn ressalta que um dos motivos do fracasso deve-se ao fato de que a burguesia abandonou a revolução. “Elas (as revoluções) foram , de fato ou enquanto antecipação imediata, revoluções sociais dos trabalhadores pobres. Portanto, elas assustaram os moderados liberais a quem elas mesmas deram poder e proeminência...”
A burguesia “descobriu que preferia a ordem à chance de pôr em prática todo o seu programa, quando diante da ameaça à propriedade”. E os regimes restaurados “estavam bem preparados para fazer concessões ao liberalismo econômico, legal e até cultural dos homens de negócios...”; “os moderados liberais fizeram então duas importantes descobertas na Europa ocidental: que revoluções eram perigosas...”; “a burguesia cessara então de ser uma força revolucionária”.
Hobsbawm cita os estudantes: “O que aconteceu com todos aqueles