a presença do latim na lingua portuguesa
BELÉM – PARÁ
MAIODE 2007
A INFLUÊNCIA DO LATIM CLÁSSICO NA LÍNGUA PORTUGUESA
“A língua é ou faz parte do aparelho ideológico, comunicativo e estético da sociedade que a própria língua define e indivualiza" (Leonor Buescu).
A formação da língua portuguesa, segundo artigo de Isabel Fani Dias1, conta com um elemento decisivo: o domínio romano, que reduziu a um denominador comum às várias culturas existentes na Península Ibérica. O latim, por sua vez, língua falada pelos conquistadores, dominou quase toda a região. Assim, podemos reconhecer duas modalidades de latim: o latim clássico, gramaticalizado, usado pelas pessoas cultas, que era falado e escrito; e o latim vulgar, usado pelo povo, que era apenas falado. A língua falada nas regiões romanizadas era o latim vulgar e dele se originou a língua portuguesa. Vale ressaltar, que a língua portuguesa traz em seu bojo histórico fases, tais como: - Fase proto-histórica, a qual se estende do final do século IX até o século XII, com textos escritos em latim bárbaro (modalidade do latim usada apenas em documentos e por isso também chamada de latim tabeliônico ou dos tabeliães). Dessa fase, os mais antigos documentos são um título de doação, datado de 874, e um título de venda, de 883.
- Fase do português arcaico, em que do século XII ao século XVI, compreende dois períodos distintos: do século XII ao XIV, com textos em galego-português; e, do século XIV ao XVI, com a separação entre o galego e o português.
- Fase do português moderno, o qual é a partir do século XVI quando a língua portuguesa se uniformiza e adquire as características do português atual. A rica literatura renascentista portuguesa, notadamente a produzida por Camões, desempenhou papel fundamental nesse processo de uniformização. As primeiras gramáticas e os primeiros dicionários da língua portuguesa também