A presença do fantástico em o gato preto, de edgar allan poe
DE EDGAR ALLAN POE
Bruno Augusto Monteiro GONÇALVES (G-FAFIJAN/PIIC)
José Eugênio das NEVES (FAFIJAN, UEL)
Introdução
Alguns autores são caracterizados pelo seu modo de escrever, são únicos, inconfundíveis. Edgar Allan Poe não é exceção a esse paradigma. Nascido em 1809, teve com a morte da mãe e o desaparecimento do pai nos primeiros anos de sua vida, uma infância e uma adolescência bastante conturbada que resultaram em um futuro não tão promissor, sua existência foi, indiretamente, retratada em sua obra. Poe tinha um gosto especial por escrever contos e neles retratava as divergências e antíteses existenciais por ele vividas, paradoxos como loucura e lucidez, vida e morte, bem e mal entre outros, sempre expondo seus anseios pelas vozes das personagens e narrando uma realidade, por vezes tida, como absurda, porém, passível de veracidade. O conto escolhido para análise é “O gato preto” (The black cat) escrito no ano de 1843 e que conta a história de um homem que admirava muitos os animais, porém, com o tempo, e por fatores singulares, ensandece. A insanidade destrói sua casa, seu gosto por animais, seu casamento. O resultado de sua loucura se mostra no fato de narrar sua própria história para aliviar o espírito, pois seus próprios sentidos se recusam a aceitar suas atitudes, mesmo defendendo que, um dia, uma mente inteligente e tranqüila entenderá suas causas. Tzvetan Todorov nasceu em 1939 em Sófia na Bulgária naturalizando-se, mais tarde, francês. É lingüista e filósofo e um dos principais pensadores do século 20. Na literatura, destaca-se por seus livros que são a base para o estudo do fantástico e do insólito. A fusão destes dois ícones gerou o conteúdo deste trabalho, retirar Edgar Allan Poe do âmago da literatura de mistério, provando que parte de sua obra, neste caso o conto “O gato preto”, pertence à literatura fantástica defendida e teorizada por Todorov, que alega, em um de