Mas se o texto pôde ser dividido em quatro parágrafos, e essa divisão é perfeitamente justificável, por que razão seu autor optou por escrevê-lo em apenas um? Aqui entram as questões de “efeito de sentido” a que nos referimos no início desta unidade. Ao interagir com o ‘outro’, além de comunicar algum conteúdo informativo, buscamos produzir um determinado efeito de sentido no interlocutor ou leitor, como: impressionar, informar, convencer, persuadir e outros. As intenções podem ser, pois, de diversas ordens. Sendo assim, cada produtor de textos, escolhe não só “o que” vai comunicar, mas “como” vai fazê-lo. Nesse sentido, o autor do texto “O papa e o tapa” também teve suas intenções, já que, ao contar o fato narrado em um único parágrafo, tornou a narrativa mais dinâmica, por meio de uma sequência de ações que se sucedem em um curto período de tempo e espaço. Dessa forma, precisamos ter claro que a divisão do texto em parágrafos e a extensão de cada um deles podem variar e não devem se definidas a priori, ou seja, não devem ser estabelecidas antecipadamente. Essas determinações vão depender, como já dissemos, do gênero de texto, do veículo de comunicação, da unidade temática, da intenção do autor e do efeito de sentido que ele deseja produzir, entre outros aspectos. Por isso, se por um lado é possível definir o parágrafo como uma composição constituída por um ou mais períodos, os quais giram em torno de uma ideia nuclear relacionada a outras pelo sentido; por outro, não é possível oferecer “receitas”, “moldes” para construir bons parágrafos, como já explicitado no início do texto. Entretanto, é possível, sim, recorrer a algumas estratégias e estabelecer alguns elementos norteadores para que eles sejam bem escritos. A isso damos o nome de estrutura do