Poe e a morte
A morte consiste em um dos grandes mistérios da humanidade, e como tal,é tema recorrente na literatura universal. Desta forma está cada vez mais presente em contos, romances, poemas e demais gêneros literários, como por exemplo, nas obras de Agatha Christie (1890-1976), Ernst Theodor Amadeus Hoffmann (1776-1822) , Howard Phillips Lovecraft (1890-1937), Ligia Fagundes Telles entre outros. Deste modo, pretende-se no decorrer deste trabalho analisar a presença da morte nos contos de Edgar Allan Poe, a partir do surgimento do termo short story, e de suas categorias posteriores levando em consideração o estilo literário do autor, desde sua influência sobre o conto fantástico ao surgimento do conto policial.
Não é de hoje que se busca classificar, descrever e/ou entender a verdadeira essência do que deva ser compreendido por conto (GOTLB, 2006). Esta questão vem ao longo de muitos séculos tentando ser respondida por diversos escritores, e em inúmeras teorias desenvolvidas por autores como Julio Cortazar, Norman Friedman, Allan Poe entre outros. Objetivamos assim apresentar algumas das principais características do conto fantástico e seu papel fundamental nas obras de Edgar Allan Poe.
O termo “conto” ou “short story” só veio a surgir em meados do século XIX, mesmo período em que houve o desenvolvimento dos maiores clássicos deste gênero, como por exemplo, O Alienista, de Machado de Assis (1882); Bola de Sebo, de Guy Maupassant (1880); O Gato Preto, de Edgar Allan Poe (1843); entre outros. Uma das definições mais aceitas acerca do conto é de que este é uma narrativa curta, que relata de forma oral ou escrita uma situação cotidiana qualquer. Mas segundo GOTLIB (2004), nem toda situação cotidiana ao ser retratada pode ser considerada um conto. Afirma-se que, na maioria das vezes, os contos são aqueles que atraem o interesse humano, isto é, o conto retrata uma situação a qual o leitor possa se identificar, podendo até mesmo já ter