A pontuação em vista da fonética
A pontuação tem como uma de suas finalidades aproximar a mensagem escrita, da fala, ou seja, na construção oral o locutor tem a seu dispor todos os recursos melódicos inerente à fala, como também, os possíveis gestos que venham a se apresentar em contribuição na interação face a face. Esses recursos, porém, não podem acontecer no texto escrito, por motivos óbvios. Eis que então, como solução, surgiu na escrita alfabética o fenômeno da pontuação. Como no dizer das autoras: Arruda, Pontara e Fabel (2004, p 297). "Mas quando escrevemos, não mantemos com o mesmo interlocutor uma relação direta. Não podemos, ao escrever, contar com os recursos prosódicos (entonação, ritmo, pausas silenciosas) que, dentre outras funções serve para delimitar as unidades de forma e sentido, na fala. Por esse motivo, desenvolveram-se na escrita de base alfabética, os chamados sinais de pontuação, que desempenham nos textos escritos a função de demarcadores de unidades e de sinalizadores de limites de constituintes sintáticos".
A citação acima mostra, de forma clara, a forte ligação que há entre o exercício de pontuar e a modalidade oral. Nesse sentido, também, se reportou o gramático: Celso Ferreira da Cunha (1981, p. 341) "Para bem pontuar, siga-se este conselho de Galichet e Chatelain: ‘Para saber onde colocar os seus sinais de pontuação habitue-se a ouvir a melodia da frase que escreve e, quando hesitar leia a frase em voz alta: as pausas que será obrigado a observar e as mudanças de entonação lhe indicarão geralmente a escolha e o lugar dos sinais de pontuação que nela terá de introduzir’".
Portanto, o gramático Celso Cunha tem como bom o conselho dado por Galichet e Chatelain, ou seja, a leitura em voz alta na hora da confecção do texto escrito direciona o autor para o acerto no ato de pontuar. Isso, portanto, reforça a idéia de que a pontuação gráfica além de se prender a regras sintáticas, também está intimamente ligada à oralidade. Nesse