A politica da Loucura - O que eu penso
De João Francisco Duarte Junior
O termo Antipsiquiatria, cunhado por David Cooper refere-se ao movimento em contraposição a Psiquiatria, propondo que os transtornos psiquiátricos fossem vistos de forma diferente e que os horrores praticados nos hospitais psiquiátricos tivessem um fim. Conforme consta no livro A Política da Loucura, a Loucura “é um jeito diferente de ser, um jeito não usual de estar no mundo”. Mas penso: “o que é ser normal? E o que é ser Louco?” Seria a normalidade um modelo de personalidade que vive e aceita a loucura do mundo? Seria a Loucura uma busca por uma realidade menos difícil de encarar? Nós vivemos num planeta onde a cada 8 segundos uma pessoa morre de fome. Onde os telejornais não transmite a esperança de uma vida melhor, mas que ao contrário, nos desencadeia o medo de sair para trabalhar todos os dias de manhã. Pessoas ditas normais, estão adoecendo nessas relações de poder, onde a Loucura é criada, meio que “por acaso”. Não é à toa que a Depressão é a doença do século. Há fome de amor, atenção, paz, nos olhos de cada ser, sendo eles pequenos ou grandes, racionais ou irracionais. Mas apenas vemos progresso e movimento naquilo que tumultua, faz barulho, agressividade nas palavras, nas expressões e nas atitudes. É necessário ser agressivo para aguentar viver na sociedade atual, pois sem agressividade você não tem a coragem de sair todos os dias para trabalhar e lutar pelo pão de cada dia. Nesse movimento, pessoas ditas normais passam por cima umas das outras, seja por ganância, ambição, desprezo, ou apenas porque ela não participa e não produz na nossa sociedade capitalista, que somente visa o lucro. Conforme o livro, não há homens em si, apenas homens-em-relação. Se pessoas consideradas mentalmente sadias agem dessa forma com outras igualmente normais, quanto mais, com pessoas rotuladas de Loucas. A forma mais fácil de lidar seria isolando,