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PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE MENTAL
TANIA MARA DE VARGAS
DA ETIOLOGIA A CONTEMPORANEIDADE DA LOUCURA
UNIÃO DA VITÓRIA
2009
Da etiologia a contemporaneidade da loucura.
A origem da loucura está diretamente ligada à mitologia e desde então profundamente ligada à evolução histórica esta trajetória se dá em diferentes épocas.
Até o início da era cristã, a loucura pôde ser vista pelo menos sob três enfoques. De Homero até a tragédia grega, ela aparece como obra da intervenção dos deuses, dentro de um enfoque mitológico-religioso. Entre os trágicos, principalmente na obra de Eurípides, é produto dos conflitos passionais do homem, mesmo que permitidos ou impostos pelos deuses, inaugurando uma concepção passional ou psicológica da loucura. Finalmente, Hipócrates no século V a. C. considerado o Pai da Medicina, cria a primeira concepção médica da loucura, desarranjo da natureza orgânica corporal do homem.
Porém, na Idade Média (séc. X) com a interferência do cristianismo e a religião a “loucura” é deturpada. O modelo predominante é a identificação da loucura com a possessão diabólica, ou seja, toda loucura é obra do demônio, por iniciativa própria ou por pedido de alguma bruxa. Há duas possibilidades: a possessão, na qual o diabo aloja-se no corpo da pessoa, freqüentemente na cabeça, e a obsessão, onde o demônio acompanha sua vítima tenazmente e lhe altera percepções e emoções.
Ao longo dos séculos XVII e XVIII, a etiologia diabólica é progressivamente descartada. Há uma retomada dos conceitos de Hipócrates, identificando a loucura com a patologia de funções nervosas superiores. Assim, o delírio é a marca distintiva da insanidade, já que as perturbações intelectuais passam a ser a condição principal para o diagnóstico da loucura.
Com o Tratado Médico-Filosófico sobre a Alienação Mental estruturado por Pinel, inaugura-se a