A podridão e as rodas de conversas
Ruy Palhano
Neuropsiquiatra
Prof. de Psiquiatria – UFMA
O que seria de nós sem as rodas de conversas, sem os bate-papos, sem os disse me disse, os comentários, as fofocas e uma infinidades de outros meios onde as pessoas manifestam seus pensamentos, suas opiniões nesse entrelaçamento contínuo entre os seres humanos. São encontros onde todos manifestam seus pensamentos, seus sentimentos, suas crenças, suas amarguras, suas opiniões, sobre diferentes assuntos de forma espontânea e sem constrangimento e dessa forma vão se alimentando as relações sociais. Essas conversas ocorrerem em qualquer lugar, qualquer hora ás vezes sem combinar as ocasiões. Em geral surgem de forma natural e despretensiosa, nas esquinas, nas praças, nos bares, nos e botequins, nos salões, nas festas, no trabalho, em fim, em qualquer lugar que nós nos encontremos.
Essas formas de conversas são históricas e tão antigas quanto o homem. Entre os filósofos clássicos, boa parte de suas inspirações e pontos de vista sobre os assuntos, sobre os quais discorriam, ocorria em praças, jardins, nas ruas, dentro de casa e debaixo das árvores. Aristóteles, um dos clássicos da filosofia, era dono disso e, desde então, muitas coisas mudaram de tal forma que essas rodas de conversa embora tenham se mantido ao longo dos anos foram se desmaterializando e se transformando nas chamadas redes sociais, que são contatos que ocorrem da mesma forma que antes só que virtuais, portanto sem o contato físico das pessoas.
Passou a ser tão importante, essas redes sociais virtuais, pois em fração de segundos, comentários, opiniões, pontos de vistas e outras constatações se espalham tão rapidamente como um vírus endêmico, atingindo todos de forma rápida e instantâneos onde todos passam a saber sobre tudo, quase de forma imediata. Não há mais distância entre as notícias, os acontecimentos e as pessoas. São dispositivos eletrônicos (redes sociais), tão importantes que as pessoas de