A PEDRA BRUTA
Nas pedras estão contidas todas as formas e possibilidades, desde as mais bizarras, imperfeitas e insignificantes às mais sublimes, harmoniosas e imponentes. Algumas já trazem em si marcas que irão interferir em seu entalhe, ajudando ou atrapalhando, outras, pela sua sinuosidade, material e origem definirão melhor o seu acabamento; mas todas hão de ter em seu íntimo as formas úteis ao grande projeto da humanidade. A quem se propoe desbastar a pedra bruta cabe o trabalho de esculpir descobrindo a perfeição escondida em sua forma primitiva.
Em algumas pedras, de tão sólidas o cinzel não lhe conseguirá penetrar, ou ainda ao penetrar-lhe poderá comprometer-lhes toda a estrutura minando o projeto, ao contrário há aquelas, que de tão maleáveis, qualquer toque pode deixar impressões profundas e aberrantes. Há ainda outras que apesar de sua aparente solidez são ocas, contando com um vazio perigoso que pode inviabilizar a obra.
O termo desbastar é bem mais amplo do que se percebe ao primeiro exame, e é esta abrangência que dá luzes sobre o trabalho da Ordem. A Maçonaria não acrescenta nada à matéria prima, as colunas estão contidas em cada maçom, a Ordem fornece as ferramentas necessárias para desnudá-las e depois aproveitá-las para o bem da humanidade. Ao ser iniciado então devemos nos dedicar ao trabalho para sejamos uma coluna bela, forte e sábia como esperam os irmãos que nos iniciaram.
As marcas deixadas ao longo da vida são infinitas e de infinitas características, algumas evidentes, mas facilmente aparadas, outras embora