A Organiza O Social 1
O trabalho é um processo social. Cada empresa representa uma fração do corpo produtivo da sociedade. As conexões e a cooperação entre estas diversas partes constituem outros tantos elementos da produção social global. Tal como as células de que se compõe um organismo vivo, estas partes não podem subsistir isoladamente, independentemente do corpo produtivo. Organizar o trabalho nas empresas representa portanto apenas metade da tarefa. Resta outra parte, infinitamente mais importante: estabelecer um sistema de ligações entre as diferentes empresas e reuni-las no seio de uma mesma organização social.
Estando a empresa já organizada em regime capitalista, é suficiente substituí-la por um tipo de organização com novas bases. Pelo contrário a organização social do conjunto das empresas é - ou era, até aos últimos anos - um problema absolutamente novo, sem precedentes, como testemunha o fato de todo o século XIX ter considerado que a classe operária tinha por missão construir uma organização deste gênero, - a que se chamava o "socialismo". O capitalismo compunha-se de uma massa não organizada de empresas independentes - "o campo de peleja dos empresários privados", como dizia o programa do partido trabalhistas - ligadas entre si unicamente pelos acasos do mercado e da concorrência, tendo como resultado a falência, a sobreprodução, a crise, o desemprego e um enorme desperdício de materiais e de força de trabalho. Para abolir este sistema, a classe operária teria de conquistar o poder político e servir-se dele para organizar a indústria e a produção. Pensava-se, nesse tempo, que o socialismo de Estado marcaria o inicio de uma evolução nova.
Nestes últimos anos, a situação modificou-se na medida em que o capitalismo começou a utilizar a organização pelo Estado. Não foi levado a isso apenas pelo desejo de aumentar a produtividade e os lucros através de uma planificação racional da produção. Na Rússia, por exemplo, era necessário compensar o atraso do