A ordem do discurso
O livro reproduz o texto utilizado na aula inaugural de Foucault, ao assumir uma cadeira no Colégio de Franca (Collège de France) e relata reflexões e pesquisas sobre como discursos encontrados em uma dada sociedade, ou num grupo social, exercem funções de controle, limitação e validação das regras de poder.
O discurso de abertura inicia com o paradoxo de abordar o tema sem entrar na ordem arriscada do discurso, ele gostaria de utilizar uma voz sem nome, mas através de um jogo de palavras mostra que tudo não passa de um jogo que não se pode lutar contra, mas sim decifra-lo.
Para Foucault, o discurso é uma rede de signos que se conecta com outros discursos, em um sistema que registra, estabelece e reproduz não significados esperados, mas sim valores desta sociedade, onde não existe um encadeamento lógico de palavras e frases, na verdade, o que temos é uma ordem funcional onde se estrutura um imaginário social. Ele não é uma representação de sentidos, ou um debate, ele é um jogo que ganha status de objeto de desejo. Pode ser admirado e trocado, ou seja, ganha poder em si. Usando as palavras do autor "O discurso se anula assim, em sua realidade, inscrevendo-se na ordem do significante."
Sua crítica à ordem do discurso é direcionada aos procedimentos de controle, e a quem se beneficia da utilização dos mesmos. O primeiro procedimentos é a limitação, onde o discurso pode ser excluído através de rituais, tabus, segregação (loucura) e validação de verdade. Em seguida temos a rarefação, o discurso é classificado, categorizado e rotulado através de autorias e disciplinas, e por fim a sujeição, onde surge as especializações, qualificações e licenças.
Foucault apresenta alguns procedimentos para uma análise do discurso, a verdade com uma "possibilidade de verdade", onde há uma determinação social quanto a sua validade. Só será aceito o que está "no verdadeiro”. O discurso como encadeamento de signos que dá a impressão de continuidade de