A Ordem do discurso
Um outro princípio de exclusão é a separação e a rejeição. Para ilustrar esse procedimento Foucault relembra a oposição entre razão e loucura existente na Idade Média. A voz do louco, por um processo de exclusão ou de investimento de razão (divinização talvez?), não existia. “Era através de suas palavras que se reconhecia a loucura do louco”, sua voz, portanto, era o lugar onde se exercia a separação o. Foucault nos alerta que apesar de exaltarmos a superação desta visão, a velha separação continua vagando entre os indivíduos: “a separação, antes de estar apagada, se exerce de outro modo.” E é aí que pensamos nas redes de instituições que penetram e legitimam as relações entre os que ouvem os pacientes e aos que trazem ou retêm as palavras. E mesmo que se argumente sobre um discurso enfim livre, “é sempre na manutenção da censura que a escuta se exerce.” As instituições mudam, os efeitos permanecem os mesmos.
O terceiro princípio diz respeito à vontade de verdade, o verdadeiro e o falso que age de forma histórica e institucionalmente constrangedora. O autor diz respeito a uma divisão histórica, ocorrida na Grécia Antiga (séc. VII),