A oralidade no ensino do portu
A Análise do discurso doravante AD, não trata unicamente da língua, ou da gramática embora tais aspectos apresentem fundamental interesse por serem inerentes ao fenômeno lingüístico. A AD trata do discurso, a palavra discurso significa etimologicamente “a idéia de curso, de percurso de correr por, de movimento” (Orlandi, 2007, p. 15), o discurso aqui é entendido como a palavra em movimento, prática de linguagem a AD observa o “homem falando”. “Na análise do discurso, procura-se compreender a língua fazendo sentido, enquanto trabalho simbólico, parte do trabalho social geral, constitutivo do homem e de sua história”. (Orlandi, 2007, p. 15). A AD não trabalha com a língua enquanto sistema abstrato, mas sim a língua no mundo, levando em conta o homem na sua história, considera os processos e as condições de produção da linguagem, a relação entre a língua e os sujeitos que a utilizam e as situações em que se produz a linguagem. O analista do discurso relaciona a linguagem a sua exterioridade. Os estudos discursivos pensam o sentido dimensionado no tempo e no espaço das práticas do homem, a noção de sujeito do discurso é concebido como puro efeito de assujeitamento. A AD reflete sobre a maneira como a linguagem está materializada na ideologia e como a ideologia se materializa na língua.
Partindo da idéia de que a materialidade específica da ideologia é o discurso e a materialidade específica do discurso é a língua, trabalha a relação língua-discurso-ideologia. Essa relação se completa com o fato de que, como diz M. Pêcheux (1975), não há discurso sem sujeito e não há sujeito sem ideologia: o indivíduo é interpelado em sujeito pela ideologia e é assim que a língua faz sentido. (Orlandi, 2007, p. 17).
A AD se configura como um dispositivo analítico variável que visa a compreensão de como um objeto simbólico produz