A noite estrelada
Nesse quadro consigo analisar um acontecimento cósmico. Duas enormes galáxias envolvem-se uma na outra, onze estrelas gigantes com as suas coroas de luz atravessam a noite, uma luz cor-de-laranja mais parecida com o sol, “meio lua meio sol” em fase de quarto decrescente, uma larga faixa de luz atravessa-se pelo horizonte, o céu profundamente azul, parece mover-se num turbilhão de energia cósmica. Formas curvas contínuas, serpenteadas e ondulantes e a textura de linhas nítidas, tracejadas e aos ziguezagues. As formas são dotadas de vida, cheias de tensão, revelando um estilo de pintura cheio de comoção pelo acontecimento cósmico.
A “Noite Estrelada”, pode significar o desejo do homem querer alcançar as estrelas, captar-lhes o sentido, a grandeza, o mistério. O artista prendeu na tela um momento fugidio, imortalizou as noites. Mas o significado mais profundo da obra é a libertação das emoções poderosas, a tentativa do pintor expressar em imagem a sua saudade do infinito.
O quadro é um dos mais representativos do período final do pintor o que, segundo alguns críticos da arte exprimem um total estado de alucinação.
A análise dos aspectos celestes presentes na pintura sugere um artista com preocupações científicas, sociais e filosóficas de acordo com a época e padrões de representação bem conscientes.
A “Noite Estrelada” foi concluída em 19 de Junho de 1889, da janela do asilo de Saint-Rémy-en-Provence, onde o artista tinha entrado em Maio do mesmo ano, após um período de conturbação