A Negativa Freud
Departamento de Psicologia.
A Negativa. Vol. XIX. Páginas 267 a 271.
A maneira pela qual nossos pacientes apresentam suas associações durante o trabalho de análise fornece-nos oportunidades para realizar algumas observações interessantes. “Agora o senhor vai pensar que quero dizer algo insultante, mas realmente não tenho essa intenção.” Compreendemos que isso é um repudio, por projeção, de uma ideia que acaba de ocorrer. “Não é minha mãe”. Emendamos isso para: “É a minha mãe”. Em nossa interpretação tomamos a liberdade de desprezar a negativa e de escolher apenas o tema geral da associação. O que ele está rejeitando em fundamentos colhidos do tratamento é naturalmente o significado correto da ideia obsessiva. Assim o conteúdo de uma imagem ou odeia reprimida pode abrir caminho até a consciência, com a condição de que seja negado. A negativa é uma forma de tomar conhecimento do que está reprimido; com efeito, já é uma supressão da repressão, embora não, uma aceitação do que está reprimido. A função intelectual está separada do processo afetivo. Com o auxilio da repressão apenas uma consciência do processo da repressão é desfeita, ou seja, o fato de que o conteúdo ideativo daquilo que está reprimido não atingir a consciência. O resultado disso é uma espécie de aceitação intelectual do reprimido, ao passo que simultaneamente persiste o que é essencial à repressão. Afirmar ou negar o conteúdo de pensamento é tarefa da função de julgamento intelectual. Negar algo em um julgamento é no fundo, dizer: “Isto é algo que eu preferia reprimir”. Um juízo negativo é o substituto intelectual da repressão; ou seu “não” é uma marca distintiva da repressão, um certificado de origem. A função do julgamento está relacionada, com duas espécies de decisões. Ele afirma e desafirma a posse, em uma coisa, de um atributo particular, e assevera ou discute que uma representação tenha uma existência na realidade. O atributo sobre o qual se deve decidir pode