A narrativa jornalística
Ao longo dos tempos, os meios de comunicação foram gradualmente aumentando, tornando-se num espaço privilegiado de discussão da atualidade, o qual a sociedade recorre para obter todo o tipo de informações sobre os acontecimentos ocorridos no nosso quotidiano.
Muitos autores defendiam a ideia de que o jornalismo não é um espelho fiel ao que se passa à nossa volta, mas sim um construtor da realidade que acabou por causar bastante polémica na sociedade embora mais tarde como aparecimento das teorias do “ newsmaking” se venha a comprovar essa mesma realidade.
Com isto, um dos principais objetivos do artigo é evidenciar a existência de diversas formas distintas de narrar a realidade, que se alteram, conforme o modo de o jornalista interpretar e estruturar, discursivamente, os acontecimentos.
Um jornalista, por mais que tente centrar-se na neutralidade, acaba por incluir as suas ideologias e experiências nas notícias, que podem influenciar o recetor desprovido de uma leitura mais crítica e com isto, para se verificar a verdadeira essência do que foi dito, o artigo demonstra duas análises de duas reportagens publicadas nas revistas brasileiras Veja e Isto É, sobre uma manifestação de estudantes da Universidade de São Paulo, em outubro de 2011, que demostrará que uma realidade pode ter diferentes sentidos em função da construção narrativa e da adoção de determinados estratagemas discursivos.
Segundo a análise, a revista Veja, mostra a partir do título que estamos perante uma manifestação de estudantes “A rebelião dos mimados”, a qual é considerada como violenta, protagonizada por sujeitos ditos mimados, os quais são consumidores de drogas e provenientes de classes sociais, economicamente, abastardas.
Contrariamente, a revista IstoÉ apresenta uma narrativa de tom muito mais sóbrio, na qual, o narrador/ jornalista parte do pressuposto de que o público já está familiarizado como o acontecimento ocorrido “Quem são os radicais