A mulher na rev de 1932
Barbara Weinstein
Tradução: Martina Sayer
Resumo: As historiadoras feministas acostumaram-se à ausência ou omissão das mulheres como agentes nas narrativas dominantes de episódios dramáticos ou momentos históricos decisivos da vida dos países. Há várias explicações para essa ausência: é possível que as mulheres fossem realmente excluídas da participação, ou seus papéis eram ocultados pelas vozes masculinas dominantes, seja de forma consciente para minimizar a importância das mulheres, seja porque os papéis típicos das mulheres tendem a ser feminizados e, por isso, marginalizados da história. Como deve a historiadora feminista lidar com estes relatos? Foi precisamente o caso e o dilema estudado neste artigo. O episódio analisado é a participação da Mulher Paulista na Revolução Constitucionalista de 1932. O vasto material de campanha e jornais analisados ressaltam a presença feminina na revolta e este artigo tenta responder a duas questões: Por que os homens falam tanto das mulheres? Tal participação teve implicações na vida delas? Palavras-chave: feminismo; participação feminina; Revolução Paulista de 1932.
Ao estudarem os principais acontecimentos políticos, as historiadoras feministas acostumaram-se à ausência ou omissão das mulheres como agentes nas narrativas dominantes de episódios dramáticos ou momentos históricos decisivos. Há várias explicações para essa ausência: é possível que as mulheres fossem realmente excluídas da participação, ou mais provavelmente, seus papéis eram ocultados pelas vozes masculinas dominantes, seja de forma consciente para minimizar a importância das mulheres, seja porque os papéis típicos das mulheres tendem a ser feminizados e, por isso, marginalizados.1 Em ambos os casos, o estudante de história política prati-
Niterói, v.5, n.1, p. 71-95, 2. sem. 2004
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Basicamente espera essa invisibilidade, e grande parte da