A morte e a morte de quincas berro d'agua
A narrativa apresenta um narrador em primeira pessoa, onisciente e onipresente. Como podemos ver logo de inicio, com a fala do próprio narrador: “Não sei se esse mistério da morte (ou das sucessivas mortes) de Quincas Berro D’água pode ser completamente decifrado. Mas eu o tentarei, como ele próprio aconselhava, pois o importante é tentar, mesmo o impossível.”.
A família de Quincas era composta por sua filha, se genro que era funcionário público com carreira promissora, tia Marocas e seu irmão caçula, que era comerciante. Sua família não aceitara sua decisão de largar o trabalho e viver pelas ruas bebendo, e culpavam seus novos amigos por essa mudança ocorrida e que causava vergonha na família, já que Quincas ficara mal falado pela vizinhança. Logo a primeira morte de Quincas Berro D’Água se dá quando o mesmo resolve abandonar seu emprego de funcionário público e sair de casa. Mesmo que não tenha sido física, fora moral.
Por ruas e ladeiras em frente ao mercado e na Feira de Água dos meninos, bêbados, contrabandistas e jogadores contavam os momentos finais de Quincas Berro D’Água e segundo a família desrespeitando a memória do morto. Pelo Elevador Lacerda a notícia da morte de Quincas também corria e por lá passava muita gente, inclusive colegas de repartição de Leonardo Barreto (genro), que se sentia humilhado.
Já podemos então perceber que o protagonista da história é Joaquim Soares da Cunha ou Quincas Berro D'Água, que muitas horas funcionam como dois personagens completamente diferentes um do outro, após o dia que abandona sua família, que seriam seus antagonistas, as “jararacas” Otacília (esposa) e Vanda