A morte de ivan ilitch
A MORTE DE IVAN ILITCH
TOLSTÓI, Liev. A morte de Ivan Ilitch. Rússia, 1886
A obra logo, de início, apresenta-nos os verdadeiros ideais burgueses do significado da vida e com os quais o leitor pode facilmente identificar com a nossa sociedade atual – mostrando-se uma obra a frente de seu tempo. Ao narrar a repercussão que teve a morte do juiz Ivan Ilitch para seus colegas, amigos e familiares, o autor mostra o valor meramente material que parece ter vida do falecido, e, por conseguinte, o valor que damos também à vida daqueles que nos cercam. Pensa-se primordialmente nas perdas - ou nos ganhos - materiais trazidos pela morte, em lugar da perda do próprio individuo.
Seus colegas de trabalho de imediato analisaram e, de certa forma comemoram, as possíveis promoções e transferências que estariam a ocorrer devido o falecimento do juiz. Sentiram-se ainda aliviados pela “tranquilizadora sensação” de terem eles escapado da morte; além de lamentarem também a certa obrigação dos mais íntimos em arcar com todo o aborrecimento de comparecer a velórios, ao enterro e de dar os pêsames à viúva. Um dos grandes amigos, e também colega de faculdade do falecido, era Piotr Ivánovictch que, como tal, compareceu ao velório de Ivan, onde buscou cumprir com todas as formalidades de conduta que pede a situação - embora permanecesse o máximo frio às lagrimas do lugar. Mesmo a viúva também nos aparece um tanto indiferente sentimentalmente com a perda do marido. Ao aproximar-se de Piotr, afirma ter um assunto importante a tratar com ele. Inicialmente, chorando aos prantos, conta ela os últimos dias sofridos do marido – o que, inclusive, fez Ivánovictch pensar por um instante no quão terrível seria caso o mesmo lhe ocorresse. Para depois, finalmente, abordar o que realmente lhe parecia ser seu interesse: o tesouro que o marido lhe deixara e como fazer para usufruir ao máximo dele. A viúva já estava incrivelmente informada, inclusive de trâmites que Piotr mesmo