A monocultura do Medo
Londres, Frankfurt, Paris, Amsterdão, Nova York, Washington/ 2003
Dispara o consumo desenfreado de papel e aço.
O Banco Mundial avança com seus experimentos no mercado de carbono. Brasília, São Mateus, Conceição da Barra, Curvelo, 2003
A monocultura do eucalipto uniformiza.
Deserto verde cresce.
Fixa carbono e libera o medo.
Desterra o homem do campo.
São Mateus, Espírito Santo, Março 2003
A paisagem repleta de eucalipto, os caminhões com toras da Aracruz.
BR encobre trilhas mais antigas e remotas, abertas no chão pelos pés de índios e negros, que por ali viviam ou passavam.
Ameaça por cinco inimigos diferentes: o sindicato que deveria representá-lo; advogados que fingem defendê-lo; médicos que falsificam diagnósticos; juízes do trabalho de visão empresarial; órgãos públicos omissos. Curvelo. Minas Gerais, Outubro 2002
Propriedade, cada dia mais, se isola em meio ao eucaliptal.
Agrotóxicos, dos pesados caminhões passando fazendo comer poeira, do cerrado que viu sendo retirado, agora as empresas querem seu apoio para selo verde e créditos de carbono.
Nunca houve diálogo e agora querem que apoie esse tal de carbono?
Brasil 1967 – 1970: a violência da chegada
O pior período da longa ditadura militar brasileira (de 64 a 84).
Projetos de siderurgia e celulose.
Vão comprando e tomando terras, de preferência planas, férteis, em áreas contínuas. Dane-se o que tinha ali antes: Mata Atlântica, Cerrado,
aldeias indígenas, comunidades rurais, quilombos, pastos comunitários, agricultura de subsistência.
Como ter registro, se estavam ali ainda antes da escrita? Quem tinha registro, era convidado a vender a terra.
Difícil era separar o que era Estado e o que era empresa, nas Minas
Gerais do final dos 60 e início dos 70.
São Mateus, Espírito Santo, 2003
Dezenas sem benefício ou ressarcimento da empresa ou do Estado. “O eucalipto foi regado de sangue”, diz seu Antônio, principal testemunha dos envenenados por