A MODERNIZAÇÃO O DO ENSINO P ÚBLICO
Por Maria da Guia Medeiros Santos
A charge quase que perde sua intrínseca conotação irônica, em razão da profundidade de verossimilhança dos elementos presentes. Dir-se-ia tratar-se de deprimente fotografia de uma sala de aula da zona rural, com paredes e mobiliário aos pedaços, alunos magricelas e famintos, vendo-se pela janela a marcha costumeira dos camponeses em direção à lavoura e à sobrevivência. Enquanto isso, a professora exibe a “boa notícia”, um computador, esse titã da revolução da sociedade moderna. Sabe-se lá o que lhes passa pela cabeça. “-O que faremos com isso?” “-Aquilo mata a fome?”
Muito se fala em inclusão digital, em uso de novas tecnologias, mas jogar tão valorosa criação tecnológica nas escolas, com pouco ou nenhum planejamento ou preparo de professores e alunos, é pregar uma utopia ou enfeitar com lírios e orquídeas as paredes toscas de uma tumba. Sobejam exemplos: a entrega de TAB com mau funcionamento aos professores; as chamadas “salas de informática”, onde são instalados computadores, guarnecidas com cadeado e vigiadas por um profissional em precárias condições de saúde, sem a mínima aptidão para atender aos alunos. Com frequência, os computadores servem para digitação de textos pequenos ou para joguinhos. Inexiste rede de internet, prejudicando o alvo mais importante: a realização de pesquisas.
É inegável a importância do uso da Tecnologia de Informação e Comunicação, como recurso pedagógico. Inarredável a necessidade de as escolas e os profissionais que nelas atuam sejam preparados para lidar com a nova realidade.
Políticas de inclusão digital serão bem-vindas, desde que planejadas e implantadas a partir da base de todo o processo, ao invés de costuradas em retalhos, implicando em que os jovens peguem o trem pelo meio do caminho, sem saber o que fazer nem para onde ir. Que haja a capacitação de professores com vistas às novas ferramentas tecnológicas. Em seguida, a criação de vetores ou