A Melancolia em Hamlet, Segundo Walter Benjamin

1425 palavras 6 páginas
literatura universal i

UERJ – FFP – LETRAS
Literatura Universal I

Prof. Fernando Monteiro de Barros
1ª avaliação – Junho 2014
Nome: Suelen Baldan Neves Figueiredo

Questão: Desenvolva um comentário sobre o tema da melancolia em Hamlet, de William Shakespeare, baseado no capítulo iii da segunda parte do livro origem do drama barroco alemão, de Walter Benjamin. (páginas 161 a 180)

Walter Benjamin

O drama barroco é efeito do luteranismo. Seus dramaturgos eram, em sua maioria, luteranos e viviam a experiência de uma moralidade rigorosa e perseguidora junto à renúncia e desvalorização das “boas obras” mundanas. Para os luteranos, a mais importante questão naquele período era a dúvida no que dizia respeito à salvação. As boas obras que serviam de mérito e expiação para o cristão foram abandonadas e deram lugar a uma fé “nua, absoluta”. Com isso, as ações humanas começaram a perder seu valor e a relação entre os homens começou a ficar de igual magnitude diante de Deus. Uma salvação exclusivamente pela fé, deixa o homem perante a incerteza do além-mundo, já que suas ações no mundo não são um ”algo a mais” para ser salvo. Lutero conseguiu que o povo seguisse uma certa obediência ao dever, e para os grandes, ele fez nascer a melancolia.
A religião consolidou-se [a partir da Contra Reforma], mas ao preço de abrir mão da transcendência. Em consequência , tanto a vida do homem como sua salvação passaram a ser concebidos em termos profanos. Ele está sujeito a um história cega e sem fins, e portanto ameaçadora – uma história natural; e só pode ter a esperança de salvar-se numa esfera de intemporalidade secular – uma história naturalizada.
(Rouanet, 1963 p. 35).

A melancolia é o tema principal abordado nas tragédias gregas, e Benjamin sentiu uma grande necessidade de diferenciar o Barroco Literário da Tragédia Clássica. Trauerspiel é uma palavra utilizada inicialmente no século XVII para denominar certo gênero da tragédia

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