A Malvada
Podemos classificar o enredo como trágico e mecanicista, pois ao longo do filme percebe-se as sugestões de estados de divisão entre os homens, principalmente na personagem interpretada por Bette Davis - Margo Channing – e seu conflito com a idade e todos os medos e perigosos que essa reflexão lhe traz. Claro que a reflexão é feita levando como base o “ser atriz” e, portanto, os requisitos que a profissão exige em termos de aparência, por exemplo. Anne Baxter – no papel de Eve Harrington – aparece como o contraponto principal do enredo. É ela que instala o conflito que se desenvolve ao longo da trama para, entre outras coisas, promover a reflexão de Margo Channing citada acima. De acordo com White (WHITE, 1995, p. 25):
A queda do protagonista e o abalo do mundo que ele habita ocorridos no final da peça trágica não são considerados ameaçadores para aqueles que sobrevivem à prova agônica. Para os espectadores da luta houve uma aquisição de conhecimento. E pensa-se que essa aquisição consiste na epifania da lei regedora de existência humana que a pugna vigorosa do protagonista contra o mundo produziu.
É nessa perspectiva que entendemos a premiação de Eve Harrington que dá inicio ao filme e é explicada passo a passo, numa espécie de flashback, até chegar ao final do enredo.
REFERENCIAS
A MALVADA. Direção: Joseph L. Mankiewicz. Produção: Darryl F. Zanuck: Fox Filmes, 1950.
WHITE, Hayden. Meta